A cidade
é como um mercante varado
coberto de ferruge
enxergando as Américas com alma de patufo.
Umha imensa nao sem litoral, cinzenta,
betom, cimento, brétema;
é um beco na Terra,
umha protuberáncia artificiosa.
Por ela transitam
gentes que nem de si se lembram
e pensam que os grandes sonhos
se escrevem todos em inglês.
Nom conhecem o prazer de quando escampa e ficou todo chovido;
ignoram o asturianu, o córnico, o galó,
veneram esta plataforma inerme
e aforram para cadaleitos.
A noite é um ermo,
a Estadea sabe que a noite é um ermo.
Semelha Utah;
mesmo a poalha a cair nas barracas do porto.
Aqui mesmo é deserto
a dança entre os peiraos
da baldada maré podre.
(De Estadea)
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
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